A clássica Ferrovia do Trigo possui ao todo 152km de extensão, sendo que no trecho de 50km que cruza Guaporé, Dois Lajeados, Vespasiano Corrêa e Muçum encontram-se 22 túneis e 21 viadutos, dentre eles o Viaduto 13, com 143m de altura, considerado o maior férreo das Américas.
Transporte: Carro próprio, saindo de Porto Alegre são 170Km, em torno de 2h e 30 min de viagem. Se precisar alugar um carro, consulte os melhores preços de diversas locadoras neste link, reserve com antecedência e economize muito.
Hospedagem: Pousada Piccolo Refuggio, em Cotiporã, reservado pelo Booking. Estilo cabanas espalhadas em um lindo jardim, com lareira e ar condicionado. Ficamos poucas horas no local, mas era bem tranquilo e agradável.
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Data da viagem: Julho de 2019.
ROTEIRO
Dia 1
Viaduto 13
Saímos cedinho de Porto Alegre em direção a nossa primeira parada: Viaduto 13. A estrada é boa, pegando um pequeno trecho de chão batido, seguimos pelo maps, chegando ao local é impossível não ver o grandioso viaduto, existem campings e lancheiras próximas para um pit stop. Pode-se estacionar o carro muito próximo da parte superior do viaduto, precisando fazer apenas uma pequena caminhada para desfrutar da vista linda do lugar:
Na ferrovia ainda passam trens de carga, apenas um ou dois horários por dia, o trem dá sinais sonoros que está vindo, existem recuos nos viadutos para as pessoas esperarem o trem passar se for o caso:
Ano passado começou a fase experimental do trem turístico pela Ferrovia do Trigo, chamado Trem dos Vales, os ingressos para as viagens experimentais esgotaram rapidamente (lágrimas). Em 2020 foram abertas algumas viagens, podendo ser adquiridos ingressos no site da ABPFSUL.
Ao lado do Viaduto 13 está um túnel, pelo qual percorremos alguns metros em total escuridão (lusinha do celular salvou, uma lanterna seria melhor), então chegamos nas grandes aberturas em arco do túnel:
Caminhando neste sentido por mais uns 30 min, passará por mais dois túneis, na entrada do quarto túnel haverá um acesso para a Cascata Subterrânea Garganta do Diabo, não fizemos esta trilha, mas temos planos de ir um dia, no verão. Li relatos de que o local pode ser perigoso, cuidado nunca é demais.
Almoçamos no Recanto Cascata - Viaduto 13, pratos caseiros em um espaço rústico e natural com cascatas e área de camping.
Viaduto Mula Preta
Depois do almoço pegamos o carro e fomos até a cidade de Guaporé, onde fica o Viaduto 11, chamado de Viaduto Mula Preta, com seus 98m de altura é menor que o Viaduto 13, mas chama a atenção por ser vazado, apenas com os dormentes dos trilhos e sem proteção lateral.
O caminho de carro entre o Viaduto 13 e o Viaduto 11 é de 60 km, 1h e 15min, seguimos pela RS-129, o caminho não era muito claro na época, lembro que até pedimos informação para encontrar. Minha dica é procurar o Belvedere, um mirante na estrada com vista linda do vale, onde param carros e caminhões, um pouco depois haverá uma estradinha de terra a esquerda, seguindo por ela você chegará em uma igrejinha, o caminho passa entre a igreja e o salão da igreja que fica ao lado. Se encontrar essa igrejinha e passar ao lado dela, estará no caminho, vai por mim:
Depois a estradinha começa a ficar mais estreita, passando no meio do mato mesmo, vimos carros indo e seguimos, chegamos em uma clareira onde costumam passar a noite as pessoas que fazem o trekking da Ferrovia do Trigo (trilha de 50km percorrida em 3 ou 4 dias, geralmente levam tudo que vão precisar nas costas, passamos por várias pessoas fazendo este caminho). Já era fim de tarde e estavam montando acampamento e lareira, o Viaduto Mula Preta ficava logo ao lado:
Confesso que dá um medinho caminhar por estes trilhos vazados, mas caminhando bem no centro me senti segura, focando sempre nas madeiras, não nos vãos, dá tudo certo. Quem tiver vertigem não aconselho passar.
Depois seguimos 36km até nossa pousada em Cotiporã, dormindo quentinhos na noite que foi a mais fria do ano!
Dia 2
Cotiporã
Escolhemos pernoitar nesta cidade devido a proximidade com Veranópolis, mas a mesma possui diversos atrativos naturais, bem como igrejinhas charmosas e fábricas de joias.
Ao acordar no domingo nos deparamos com o jardim cheio de geada, com as plantas todas congeladas e aquele frio:
Depois abriu um sol lindo, andamos um pouco pela cidade, tomando um chimas na frente da bela Igreja Matriz Nossa Senhora da Saúde:
Seguimos para Veranópolis que ficava a 30 min de carro.
VERANÓPOLIS
Caverna Indígena
A grandiosa Caverna ou Gruta Indígena é esculpida em rocha de basalto existem indícios de que a mesma foi moradia de povos indígenas. Possui no máximo 2,85m de altura com algumas partes mais baixas, 67 metros de extensão por 28 metros de largura. A caverna é toda iluminada por dentro, uma experiência interessante, sendo este um passeio rápido, não cobra entrada e não precisa de guia.
Restaurante Giratório - Mascaron
Restaurante que gira 360°, o único do tipo no Brasil. No alto de uma torre de 79 metros, o acesso é feito por elevador panorâmico. Aos finais de semana o restaurante é bem concorrido, sendo importante reservar um horário antecipadamente, mais informações no site do restaurante.
Foto do site do restaurante Mascaron.
A comida é típica Italiana, muito bem servida, você quase não percebe que está girando, exceto pela vista que vai mudando aos poucos, o giro completo leva 2 horas. Tenho foto apenas da sobremesa, do restante da comida não deu tempo (muita fome):
Foi desenhando em cacau o formato do restaurante.
Depois do almoço subimos no mirante que fica no alto do restaurante, podendo-se observar as cidades de Caxias do Sul, Bento Gonçalves e Cotiporã, além da vista panorâmica da cidade de Veranópolis.
Belvedere Espigão
Falando em vista, perto do restaurante se encontra o Belvedere Espigão, outro ponto turístico da cidade, do qual podemos ver o Vale do Rio das Antas, a Hidrelétrica Monte Claro, Ponte Férrea do Rio das Antas, Estação Férrea Jaboticaba e com a devida atenção alguns vagões abandonados de trem, é uma vista muito bonita.
Ponte Esrnesto Dornelles - Ponte em Arcos
Ponte de concreto armado, com seus grandes arcos e nenhuma estrutura de apoio entre eles, possui 278m de comprimento e 9m de largura. Construída entre 1948 e 1952 e inaugurada pelo então Governador do Estado Ernesto Dornelles. A ponte passa sobre o Rio das Antas e divide os municípios de Bento Gonçalves e Veranópolis.
Veranópolis possui ainda outros pontos turísticos interessantes, como a Cascata da Usina Velha e a Vinícola Simonetto. Então, deu vontade de passear também?
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